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terça-feira, 1 de julho de 2008

“A economia solidária constrói o país que queremos”


Para Paul Singer, a economia solidária não é uma compensação ao padrão da economia capitalista e às regiões que não podem entrar nesta lógica, mas sim uma alternativa a este modelo.

Clarissa Pont

OLINDA – Secretário Nacional de Economia Solidária do Governo Lula desde junho de 2003, Paul Singer é capaz de captar histórias de todo o Brasil e apresentá-las com um otimismo único. Mal a Conferência terminou, pescadoras ribeirinhas de Minas Gerais, assentados da Bahia e trabalhadores rurais de Pernambuco cercaram o economista de origem austríaca para conversas, fotos e até autógrafos. Constrangido, mas munido de números e histórias de todo País sobre experiências desta inovadora alternativa de geração de trabalho e renda, Singer conversou com cada um dos presentes. Cena, aliás, que se repete a cada viagem e a cada vez em que ele fala em público para os verdadeiros protagonistas da economia solidária.

“A diferença entre o cooperativismo solidário e um pretenso cooperativismo do agronegócio não é só uma questão de escala, é uma questão de pulsão. A economia solidária não é uma compensação ao capitalismo e às regiões que não podem entrar nesta lógica, é a nossa alternativa”, disse. Singer atua dentro do Ministério do Trabalho e Emprego mantendo uma interlocução permanente entre setores do governo e da sociedade civil.

Para ele, “políticas que implicam em mudanças sociais profundas não podem ser feitas de cima para baixo, tem de ser feitas horizontalmente, com uma cumplicidade entre o agente público e ator social”. A Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) funciona em Brasília, mas o professor circula pelo Brasil. Seja na Teia que reuniu jovens de todos os Pontos de Cultura do País em Belo Horizonte, no ano passado, ou em bancas de pós-graduação na USP, o professor Singer viaja para garantir justamente essa cumplicidade presente na 1ª Conferência de Desenvolvimento Rural.

Ênfase na diversidade e limites ao latifúndio rural
Maria Emília Pacheco, da Federação de Órgãos para a Assistência Educacional e Social (FASE), dividiu a mesa com Singer. “O princípio da agroecologia é a diversidade agrícola e uma relação harmoniosa com a natureza. Os sistemas agroecológicos são diferentes em cada lugar, no Cerrado, no Pampa. Não há como haver uma massificação de produção”, resumiu Maria Emília.

Renato Maluf, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, completou o painel e enfatizou que a alta dos preços dos alimentos não é conjuntural, mas parte de um modelo global. Para ele, a solução é proteger e incentivar a agricultura familiar. “Com a crise, a questão da soberania alimentar emergiu. A primeira questão é a dos preços, que tem impacto direto no orçamento das famílias. Isso prejudica o direito à alimentação das famílias mais pobres e que precisam de política social. No caso do Brasil, com a agricultura familiar responsável por uma parte substantiva da produção de alimento no Brasil, vira uma área estratégica”, explica Maluf.

Ele sublinha a agricultura familiar como alternativa por estimular a diversidade de biomas, de formas de produzir e de tipos de alimentos. “O agronegócio é parte da crise. Ele pode ser eficiente do ponto de vista produtivo, mas é dirigido a um número restrito de exportadores, é concentrador, agressivo ao meio ambiente e não gera empregos, como dizem”. Singer concordou com Maluf ao afirmar que o tamanho correto para uma área rural é aquele que delimita o pedaço de terra necessário para uma família plantar.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Paul Singer conversa com Prefeito de Londrina sobre a Economia Solidária na cidade


Singer conheceu a experiência local do Programa Municipal de Economia Solidária; ele foi recebido pelo prefeito Nedson Micheleti

O prefeito Nedson Micheleti esteve reunido dia 7, à tarde, com o secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, Paul Singer, de passagem pela cidade acompanhado por Huberlan Rodrigues e Edson Pilatti, da Fundação Unitrabalho. O assunto debatido no encontro foi o Programa Municipal de Economia Solidária. Paul Singer, formado em Economia e Administração com doutorado em Sociologia, após o encontro seguiu para a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi), em Paranacity (noroeste do Estado) e no dia 8 participou de seminário em Maringá.

Participaram do encontro que ocorreu no Hotel Bristol, a secretária de Assistência Social, Maria Luiza Rizotti, a coordenadora do Programa de Economia Solidária, Sandra Nishimura e o deputado federal André Vargas (PT). Para a coordenadora do Programa Economia Solidária, Sandra Nishimura, o trabalho realizado em Londrina vem se fortalecendo a cada dia. “A reunião com Paul Singer é uma oportunidade para se discutir a experiência do programa na cidade e em outros locais do país”, disse.

Paul Singer esteve na cidade pela última vez em 2005, quando participou do lançamento do programa de Economia Solidária. Quase três anos depois, ele avaliou positivamente o trabalho desenvolvido na cidade. “Londrina está na vanguarda, realizando políticas extremamente criativas”, observou. Para Paul Singer, a economia solidária está se diversificando. “É muito importante ligar o programa à luta de igualdade de gênero e o papel das mulheres nas ações de economia solidária”, ressaltou.

Conforme Singer de acordo com o último mapeamento divulgado no começo deste ano, existem no Brasil 22 mil empreendimentos que trabalham com a economia solidária. “Associados a eles estão 1,7 milhão de trabalhadores”, afirmou. Na avaliação da secretária de Assistência Social, Maria Luiza Rizotti, o encontro serviu como incentivo e uma oportunidade de avaliar os números do programa”, disse.

O Programa Municipal de Economia Solidária foi criado em 2005 e conta com a coordenação da Secretaria de Assistência Social, por meio do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar).
(Londrina, 7 de maio de 2008)

Fonte Prefeitura de Londrina