sexta-feira, 24 de maio de 2013

Em Ato Público, sociedade civil discute uma Nova Política Energética para o Brasil

maio 22, 2013 Institucional, Mobilizações, Notícias

Em Ato Público, sociedade civil discute uma Nova Política Energética para o Brasil
Brasília – Organizações e movimentos sociais de várias partes do Brasil participam amanhã, 23, de um Ato Público que discutirá a necessidade urgente de construir e implementar uma política energética eficiente e limpa no Brasil. Além da apresentação de documentários sobre energia nuclear e hidrelétricas, serão realizados atos políticos, como o lançamento da Frente por uma Nova Política Energética no Brasil. O Ato acontecerá no Centro de Cultura de Brasília (CCB), às 19h30, e é aberto à participação de todos.
Constituída por entidades e redes contrárias à energia nuclear e às hidrelétricas e favoráveis à eficiência energética e às fontes limpas e renováveis de energia, a Frente apresentará, no primeiro momento do Ato, o seu Manifesto. O Secretário Geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Ulrich, a representante da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), Julianna Malerba, e um representante do Movimento Gota D´Àgua (grupo de artistas que se articulam por justiça socioambiental) falarão sobre a importância da articulação desta Frente e da ampliação deste debate na sociedade brasileira.
Em seguida, será feita a estreia nacional do vídeo Damocracy, um documentário que, pela primeira vez, relaciona dois grandes desastres humanitários e ambientais em andamento, perpetrados por governos de dois países: no Brasil, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Pará, e na Turquia a hidrelétrica de Ilisu, no Rio Tigre. Dirigido pelo premiado documentarista canadense Todd Southgate, o filme tem narração da atriz Letícia Sabatella.
Na sequência, será feito o lançamento da Mobilização Nacional por um Brasil Livre do Nuclear, que contará com a exibição de vídeos antinucleares que trazem porque esta fonte de energia é suja, cara e, principalmente, perigosa.
“Este Ato Público anuncia para a sociedade brasileira a articulação de vários grupos sociais que lutam contra formas ultrapassadas de geração de energia elétrica e defendem fontes mais inteligentes, como sol, ventos, biomassa e o movimento natural das águas”, afirma Ivo Poletto, assessor nacional do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social. Segundo ele, é fundamental que se mude, além da fonte, o modo de produzir e consumir. “A geração de energia não pode ser feita de modo centralizado, por uma ou duas grandes empresas, e sendo transportada para distâncias muito longes. Dentre outras mudanças fundamentais na política energética, é preciso que a produção seja local e respeite a natureza e as comunidades. Estamos, finalmente, tomando consciência da grave situação em que se encontra a Terra e é preciso contribuir para o reequilíbrio vital do planeta”, finaliza Poletto.
Este Ato Público integra a programação do seminário Por Uma Nova Política Energética no Brasil, que acontece nos dias 23 e 24 de maio. Ele é organizado pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social em parceria com a Articulação Antinuclear Brasileira, os movimentos Xingu Vivo para Sempre e Aliança Tapajós Vivo e International Rivers, dentre outras organizações.
O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social articula pastorais sociais da CNBB, movimentos sociais e entidades da sociedade civil com o objetivo de disseminar informações, gerar consciência crítica e mobilizações da cidadania visando contribuir no enfrentamento das causas estruturais do aquecimento global que provoca mudanças climáticas em todo o planeta Terra.
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Convite Ato Público

Entidades lançam Frente por uma nova política energética para o Brasil

maio 24, 2013 Institucional, Notícias

Fonte: texto: CNBB / fotos: CÁRITAS BRASILEIRA

Entidades lançam Frente por uma nova política energética para o Brasil
Dentro da programação do Seminário “Por uma Nova Política Energética no Brasil”, promovido pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, foi realizado na noite desta quinta-feira, 23 de maio, um ato público em que se discutiu a necessidade de se construir e implementar um novo modelo de produção de energia limpa no país.
O ato foi coordenado por dom Pedro Luiz Stringhini, membro da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da CNBB. Estavam presentes representantes de entidades e movimentos que possuem posicionamento contrário ao uso da energia nuclear e da construção de novas hidrelétricas, e favoráveis ao uso de fontes de energia limpa e renovável. Por isso, lançaram neste ato a Frente por uma Nova Política Energética no Brasil.
De acordo com o assessor do Fórum, Ivo Poleto, o que promoveu o surgimento desta iniciativa foi a consciência de que a humanidade vive uma situação crítica. “Se nós descuidarmos, seja na escolha ou no uso das fontes a partir das quais nós vamos produzir, distribuir e consumir energia, do jeito que está agora, a Terra vai entrando em incapacidade de repor os bens naturais explorados. Ao mesmo tempo, vai se sentido a estrutura da atmosfera modificada, gerando o aquecimento e mudanças climáticas”, explica.
Por este motivo, segundo Ivo, é necessária a busca por um novo modelo, com o uso de fontes alternativas de energia que não foram usadas até agora, e que são realmente limpas, como o sol, os ventos, o movimento das ondas marítimas e a biomassa. “Alternativas existem, mas se a concepção do mundo não muda, não adiantará nada”, afirmou dom Leonardo Steiner, secretário geral da CNBB, que no ato público lembrou a necessidade de que a humanidade mude também a sua forma de se relacionar com a natureza. “A relação não pode ser de subjugação, mas de cuidado, de respeito”.
Cândido Munduruku, representante dos povos indígenas, falou da luta de seu povo contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará
Cândido Munduruku, representante dos povos indígenas, falou da luta de seu povo contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará
Estavam presentes no ato Juliana Malerba, da Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional, que trouxe informações importantes sobre as consequências do uso da energia nuclear. Também o professor Helter Scalabrini, da Articulação Nuclear Brasileira, falou dos projetos do governo em relação à construção de usinas nucleares, e a consciência que já existe na população em torno deste tema. Cândido Munduruku, representante dos povos indígenas, falou da luta de seu povo contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará. O procurador da República no estado do Pará, Felício Pontes, também prestigiou o ato político.
“No caso da energia nuclear – explica Ivo Poleto – sabemos que existe um planejamento do governo federal de que, além da produção a partir das usinas hidrelétricas, há o projeto de utilizar as reservas de urânio do país, que são suficientes para a conclusão do projeto de Angra, e a construção de outras, especialmente na região de Caetité, na Bahia.” Ele, porém, lembra que o Brasil não possui um planejamento de segurança para o uso da energia nuclear, e que existe uma pressão em vários países para o desmonte das usinas existentes, especialmente no Japão e na França. “Todo o processo de produção é contaminador, e não se sabe mesmo o que fazer com os dejetos que resultam da produção da energia nuclear. Por isso, é urgente uma luta para proibir o uso dessa energia: por causa dos riscos, e porque ela não é necessária”.
O ato foi encerrado com a exibição de um documentário sobre dois grandes projetos hidrelétricos em andamento: Belo Monte, no Brasil, e Ilisu, na Turquia.
Fonte: texto: CNBB / fotos: CÁRITAS BRASILEIRA