Mais de duzentos militantes participaram nesse final de semana da Plenária Estadual da Coordenação dos Movimentos Sociais – CMS/Paraná. A atividade ocorreu na Casa do Trabalhador, no Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores (CEPAT) em Curitiba, e reuniu importantes lideranças populares com o objetivo de debater a conjuntura, fazer avaliação das ações da CMS, e retirar encaminhamentos.
O coordenador do MST, João Pedro Stédile, fez uma analogia entre o futebol, a crise do mercado financeiro internacional e a ação dos movimentos sociais. “Quando há crise no modelo capitalista é o momento das massas se mobilizarem para não pagar a conta, preservar os empregos e avançar nas lutas, pois o nosso adversário de classe está mais enfraquecido. É como no futebol. Os times que estão mais fortes têm que ir pra cima dos que estão na parte de baixo da tabela e impor goleadas, isso se quiserem conquistar o título. De modo geral, quando existe crise no capital, a tendência é que as massas se levantem. Cabe a nós, dirigentes, estimularmos o reascenço do movimento popular a fim de unir forças e disputar o projeto de classes”.
O presidente da CUT no Paraná, Roni Anderson Barbosa, expôs sobre as novas descobertas de petróleo na camada do Pré-Sal e a necessidade da mobilização para garantir o monopólio da união sobre o setor. “É fundamental que o Brasil recupere a soberania sobre essas riquezas naturais que colocam o país como um dos três maiores detentores de reservas no mundo. Atualmente está nas mãos do capital privado e o Estado brasileiro precisa recuperar esse controle, pois é essencial para o desenvolvimento da nação. Por isso, peço o engajamento de todos na Campanha O Petróleo é do Povo Brasileiro e a Petrobrás Também, que visa recolher assinaturas no abaixo-assinado que irá encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular para consolidar o monopólio do petróleo, a re-estatização da Petrobrás, com o fim das concessões para exploração das jazidas brasileiras de petróleo e gás, e a destinação social dos recursos”.
Na parte da tarde aconteceram os balanços da atuação da CMS no Brasil e Paraná. Antônio Carlos Spis, diretor da CUT Nacional e da CMS, afirmou que a avaliação consiste na reflexão que as ações da Coordenação são atemporais e objetivam a construção da luta de classe dos trabalhadores e do movimento social. “Aglutinamos forças para combater os problemas nocivos à população, como a política econômica neoliberal, o monopólio dos meios de comunicação, as concessões para exploração privada das reservas de petróleo, os latifundiários, entre outros”, destacou.
Gustavo ‘Red’ Erwin, membro da CMS-PR, fez a avaliação regional. “No começo de 2008 estabelecemos uma pauta prioritária, que inclui as lutas pela re-estatização da Vale do Rio Doce, a frente contra o agronegócio, a democratização dos meios de comunicação, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, e contra a criminalização dos movimentos sociais. Tivemos importantes avanços contra o agronegócio, sobretudo nas várias mobilizações contra os altos preços dos fertilizantes praticados pela Bungue/Fosfertil, e também envolvemos várias organizações e a sociedade na luta pela redução da jornada de trabalho. Por outro lado, não conseguimos avançar significativamente nas demais frentes. Agora, faço um apelo para que os movimentos do Paraná, principalmente os sindicatos, se envolvam em dois pontos: pelo fim da ocupação do Haiti, e pela abertura dos arquivos da ditadura e punição dos responsáveis pelos crimes de assassinato e tortura, pois trata-se de dolo de lesa humanidade, por isso são imprescritíveis”, destacou Red.
A plenária da CMS contou ainda com a presença do economista Luiz Filgueiras da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que fez uma exposição sobre a natureza da crise mundial.
Matéria Publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos"
terça-feira, 25 de novembro de 2008
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