quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Campanha da Fraternidade “A terra geme em dores de parto” e a Usina de Incineração do Lixo em Maringá.

Renato Bariani

O Lema da Campanha da Fraternidade 2011 nos chama a atenção e leva a questionamentos. Em Romanos, São Paulo diz: “sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente” (Rm 8,22). O contexto dessa afirmação de São Paulo é a descrição da condição humana, marcada pelo pecado e, entretanto, salva pela graça de Cristo que introduz na experiência humana a força restauradora do Espírito Santo.
 A CF deste ano traz para nossa reflexão a preocupante situação de nosso planeta, nossa casa, que sofre os efeitos de uma exploração predatória de seus recursos naturais. A afirmação de Paulo ganha força nova diante do quadro que vivemos. São Paulo afirma que “a criação foi submetida à vaidade – não por seu querer, mas por vontade daquele que a submeteu na esperança de ela também ser liberta da escravidão, da corrupção para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus” (8,21-21).

O gemido da criação aparece hoje na deterioração do meio ambiente, consequência de uma exploração descuidada e, muitas vezes, gananciosa dos recursos do planeta. A quaresma é tempo de enfrentar com Jesus as grandes tentações que estão na raiz de todos os males nascidos das decisões humanas. O evangelho exige conversão da consciência individual e coletiva da humanidade.  Sem esta conversão não será possível reverter o quadro dramático de destruição das condições de vida saudável em nosso planeta.


 Quaresma é tempo de conversão, conversão profunda que mude costume e gere políticas globais de defesa da vida em todas suas dimensões. É tempo de oração e de tomada de posição diante de uma cultura em que o consumismo desenfreado sustenta a ganância de um lucro que, em longo prazo, se transformará em irreparável prejuízo para toda humanidade. Nessa semana somos convidados a rezar pelas pessoas que estão sofrendo com enchentes, deslizamentos em nosso país e também pelo povo amigo do Japão. Audiência Pública da Prefeitura pretende aprovar incineração do lixo em Maringá. Fonte: http://palmeiraonline.com.br/noticias/?p=2724)
Na contramão da história e da própria campanha da fraternidade, a Prefeitura de Maringá pretende, às pressas, aprovar a Usina de Incineração do Lixo em Maringá. Porém, para ser autorizada, a proposta terá que ser debatida e aprovada pela sociedade em Audiência Pública que deve respeitar e cumprir com que for definido para Maringá.
Uma decisão de tamanha importância e gravidade não pode limitar-se aos interesses econômicos ou ser uma decisão tomada às pressas por gestores de um município em final de mandato. Poderosos interesses econômicos estarão presentes na audiência para tentar “aprovar” os seus “Negócios” (Business).  

A audiência pública é o momento em que teremos a oportunidade para sermos ouvidos e de fazer valer a nossa opinião e propostas, por isso ela adquire importância estratégica para o movimento contrário à usina de incineração.

Sabemos que “longe de ser uma tecnologia universalmente provada como asseguram seus promotores, a incineração de lixo doméstico com recuperação da energia tem sido uma experimentação, que depois de 20 anos deixou os cidadãos dos países industrializados com a herança de altos níveis inaceitáveis de dioxina e seus compostos em seus alimentos, seus tecidos, seus bebês e na vida selvagem”.

Em Maringá, pela localização pretendida pela prefeitura para a instalação da usina, que já está análise no Instituto Ambiental do Paraná - IAP, aliada a "dispersão dos ventos", observados pela Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) pode-se afirmar que haverá, com toda a certeza, uma contaminação do ar com fumaça tóxica que carrega altos índices de dioxinas.

Integrante do Fórum Intermunicipal Lixo e Cidadania - Maringá, Sarandi e Paiçandu, o Srº Edson Pilatti afirma que os dados apontam que “os apartamentos mais altos serão os mais atingidos”.  A usina de queima de lixo é um atraso e estamos correndo um grande perigo! A Saúde da nossa cidade está ameaçada. A sociedade maringaense precisa ser alertada sobre os perigos da incineração do lixo e o que ela vai causar em Maringá. Dizer não à Usina de Incineração de Lixo é uma questão de inteligência! 
“Deve-se perceber que uma instalação dessas é capaz de transformar 400 toneladas de lixo em no máximo 21 megawatts de energia, suprindo uma cidade de 20 mil habitantes apenas”. Um absurdo! O investimento necessário para uma usina assim está calculado em torno de 150 milhões de milhões de reais. “É um investimento altíssimo e com reduzido retorno e com altos índices de poluição e de contaminação, um custo muito elevado que a sociedade terá que arcar”! “pode-se dizer que é um contrassenso e que a iniciativa obedece apenas aos interesses econômicos de algumas pessoas e/ou grupos” afirma Edson Pilatti.



Mas também é importante dizer que ao contrário do que alguns possam argumentar de que as entidades e os especialistas reunidos no Fórum estão sendo irresponsáveis por ser contra a usina, enganam-se, pois os signatários do fórum apresentam sim propostas e alternativas para a implantação de um modelo de gestão com triagem e beneficiamento dos resíduos de forma correta, valorizando-o como matéria prima reciclável e reutilizável e apostando no trabalho dos catadores e das cooperativas da reciclagem, como orienta a própria Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

 Estamos apresentando uma proposta da realização da coleta seletiva e a organização de campanhas de educação ambiental em todos os espaços públicos e privados, incentivando a separação do lixo e a consciência ambiental de que estamos fazendo um bem para a natureza e para a nossa própria saúde e bem estar!

O Mundo todo está evoluindo e percebendo que é necessário reciclar e preservar o meio ambiente. Maringá precisa se modernizar e o moderno é ser saudável e não essas novas e milagrosas tecnologias apresentadas pela administração municipal.

Como vimos à campanha da fraternidade nos leva a refletir sobre o meio ambiente, mas além de refletir temos que agir e enfrentar interesses financeiros de alguns e preservar os nossos recursos naturais e o planeta, além da saúde da população.

Vamos buscar os nossos direitos e vamos apresentar na Câmara Municipal de Vereadores um projeto de lei de inciativa popular para acrescentar ao Código de Meio Ambiente à proibição da alternativa de incineração para fins de cogeração de energia!

Urgente!  
VAMOS MOBILIZAR E PARTICIPAR DA AUDIÊNCIA PÚBLICA E DIZER UM NÃO À INCINERAÇÃO DO LIXO EM MARINGÁ!

Sexta 11 de Novembro.
Hora: 08:00 - 12:00.
Localização:  Prefeitura Municipal de Maringá.
Local Auditório Hélio Moreira.

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