quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mundo precisa de mais alimentos


Roma — O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu que o aumento dos preços dos alimentos, se não for tratado de maneira adequada, pode afetar o crescimento econômico, o progresso social e inclusive a segurança política no mundo.

Ki-moon pediu um aumento drástico da produção de alimentos. Também o diretor-geral da FAO (agência da ONU para agricultura e alimentos), Jacques Diouf, afirmou que as conseqüências sociais e políticas da atual crise provocada pela alta mundial dos preços dos alimentos podem ameaçar a paz mundial. As advertências foram feitas ontem na abertura da conferência da FAO sobre a segurança alimentar em Roma, onde até amanhã dezenas de chefes de Estado discutem os biocombustíveis, as mudanças climáticas e a segurança alimentar no planeta.

Ki-moon afirmou que a produção de alimentos deve aumentar em 50% para atender às necessidades dos próximos 22 anos. Segundo ele, no planeta existem mais de 860 milhões de pessoas em situação de fome e miséria. Para ele, a população mundial deverá chegar a 7,2 bilhões de pessoas em 2016 e é preciso agir agora. O secretário estimou que serão necessários 30 bilhões de dólares (R$ 48,6 bilhões) para manter a segurança alimentar e evitar ameaças de conflitos no futuro. Ki-moon também pediu 'um maior grau de consenso internacional sobre os biocombustíveis'. Algumas vozes acusam esse tipo de combustível de contribuir para o aumento dos preços dos alimentos, já que são produzidos em alguns países a partir de vegetais combustíveis, como soja e milho.

Em sua intervenção, o presidente Lula rejeitou esses argumentos, considerando-os 'uma mentira fomentada por lobbies poderosos'. Lula responsabilizou o encarecimento dos transportes, devido à alta do petróleo, pelo aumento de preços. O Brasil é o segundo produtor mundial de etanol depois dos Estados Unidos, mas o faz à base de cana-de-açúcar. Em resposta aos apelos dos dirigentes mundiais, a Arábia Saudita se comprometeu a doar 500 milhões de dólares (R$ 810 milhões de reais) para o Programa Mundial de Alimentos. Já os EUA decidiram doar 5 bilhões de dólares (R$ 8,1 bilhões) ao longo dos próximos dois anos.

Fonte Correio do Povo

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