quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vale prepara sua entrada na produção de biodiesel

A companhia está debruçada sobre o projeto há pouco mais de um ano. Os estudos prevêem a produção de biocombustível a partir de palma, que será plantada na Região Norte.

A princípio, a Vale não tem pretensões de transformar este investimento em uma nova área de negócios. O objetivo prioritário é o autosuprimento de biocombustível para a sua frota de locomotivas, como forma de compensar as entregas da Petrobras.

Em 2007, a estatal assinou um contrato, no valor de R$ 11 bilhões, comprometendo-se a fornecer B20 para a mineradora. A Vale chegou, inclusive, a adequar suas locomotivas à nova mistura. No entanto, a Petrobras interrompeu a entrega de biodiesel no início deste ano, com a justificativa de que não havia acertado um contrato formal, mas apenas um compromisso de fornecimento.

O projeto desenvolvido pela Vale para a produção de biodiesel é uma dessas raras uniões entre economicidade e geração de benefícios sociais.

A empresa pretende adotar uma tecnologia revolucionária criada na Costa Rica. Por meio de modificações genéticas na semente, será possível limitar o crescimento da palmeira, fazendo com que ela tenha o equivalente à altura média de um homem – originalmente, algumas espécies chegam a atingir até 15 metros.

Esta técnica ajudará a reduzir o tempo de colheita e os custos operacionais. Além disso, o projeto vai criar um cinturão de inclusão social nas áreas rurais da Região Norte. A Vale deverá arregimentar uma significativa tropa de agricultores. A estimativa é de que o projeto gere aproximadamente nove mil empregos. Todos receberão títulos de propriedade de suas terras e garantia de compra da produção da palma.

O biodiesel não será o foco principal da Vale. Porém, dentro da própria companhia, há quem defenda que, além do autosuprimento, o combustível seja destinado também
para o mercado internacional.

As motivações são muitas. A empresa conta com toda a estrutura de logística necessária para a operação. O caminho para a Ásia, um dos mais importantes mercados consumidores de biocombustível, também está pavimentado. Não bastassem os históricos laços da Vale com o continente, há ainda a ligação com a Mitsui, presente no bloco de controle da companhia.

Relatório Reservado


Fonte Revista Biodiesel

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