A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 09-03-2010.
Todos os protestos foram liderados por mulheres. Em Recife, cerca de 400 militantes ocuparam por duas horas a sede da Secretaria Estadual de Agricultura e Reforma Agrária. Elas ocuparam o gabinete do secretário Angelo Ferreira e entregaram um texto de protesto contra a paralisação da reforma agrária no Estado.
"Nenhuma nova área foi desapropriada e nenhuma nova família foi assentada nos últimos dois anos", diz a nota entregue ao secretário. A exemplo de outros textos distribuídos ontem pelo País, ele também critica o estímulo ao agronegócio e ao "modelo capitalista concentrador terras e riquezas".
Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, cerca de 300 mulheres realizaram uma caminhada de quase vinte quilômetros pelas ruas centrais, com faixas, cartazes e megafones. Pediam melhorias nos assentamentos e criticavam o estímulo ao agronegócio.
As mulheres também marcharam na região central de Belo Horizonte. Ônibus de várias regiões do Estado trouxeram as militantes. Na capital, elas se juntaram a integrantes de movimentos urbanos como as Brigadas Populares, a Marcha Mundial de Mulheres e Movimento dos Sem-Teto.
De acordo com Ana Penido, representante da Via Campesina em Minas, a manifestação visava a denunciar a violência contra a mulher e tentativas de "criminalização" dos movimentos sociais. "A gente também vem denunciar que esse modelo do agronegócio, da forma como está estruturado e com a relação que se desenvolve com as indústrias multinacionais, com o agrotóxico, com os transgênicos, está acabando com a soberania alimentar do País", disse ela.
Em Campinas, interior de São Paulo, as mulheres iniciaram uma marcha que deverá percorrer 90 quilômetros, até a capital paulista. Em Araraquara elas ocuparam a sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) durante a parte da manhã. Os outros Estados onde ocorreram manifestações foram Goiás, Rio Grande do Sul, Rio, Paraíba, Alagoas, Bahia, Ceará e Mato Grosso.
A Via Campesina é uma organização internacional que agrega diversos movimentos pela reforma agrárias em países da América Latina. No Brasil, reúne o Movimento dos Sem-Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Pequenos Agricultores, dos Atingidos por Barragens e outros.
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