segunda-feira, 19 de maio de 2008

Assentamentos começam a ser visitados para explicar o projeto de produção de biocombustíveis

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Um dia após o Seminário Economia Solidária, Soberania Alimentar e Agroenergia, realizado 8 de maio. Os representantes da Unitrabalho, Edson Pilatti, e da Rede Bio Brasil, Cláudio Ritter Alves e Nicanor Pena Médici, foram até um dos assentamentos do município de Planaltina do Oeste apresentar a proposta de produção de biocombustíveis e o modelo agrosilvipastoril.

Acompanhados do Célio, técnico do MST, eles explicaram como funciona a proposta de produção de biocombustíveis a partir das prensas de extração de óleo e farelo. “Tecnologia que desenvolvemos para os pequenos agricultores e é fabricação exclusiva da CTMC – Cooperativa dos Metalúrgicos de Canoas, que é uma empresa da Economia Solidária com certificação ISO 9001”, ressaltou Nicanor.

Edson Pilatti falou dos novos desafios do MST. “Antes vocês lutavam para ter a terra, agora a luta é para fazer esta terra produzir e assumir o controle da produção”.

Nicanor explicou como funciona o sistema que a Rede Bio Brasil está propondo para os agricultores. “Nós somos uma empresa que trabalha na forma de rede na Economia Solidária, fabricamos a prensa, vocês são a outra ponta desta cadeia, que é a parte da produção. Nosso objetivo é fazer parceria com vocês, para que além de produzir os alimentos vocês possam beneficiá-lo, agregando mais valor aos seus produtos, vendendo a um preço melhor”.

A proposta da Rede Bio Brasil é fabricar as prensas e disponibilizar para os Agricultores que passarão a produzir óleo combustível, que pode servir para gerar energia nos motores dos tratores e caminhões do assentamento, assim como também gerar energia elétrica para futuras agroindústrias e para o consumo próprio, tornando assim a propriedade auto-sustentável.

A concepção de agroindústria está baseada na agricultura sustentável, que objetiva o desenvolvimento humano e a preservação do meio ambiente, utilizando tecnologias como a permacultura e a gestão integrada dos processos construtivos e operacionais. Neste sistema vários assentamentos podem produzir o biocombustível em escala e até comercializar o excedente. A máquina além de produzir biocombustível gera um outro produto importante para os assentamentos que é o farelo, para alimentar o gado, tornando-o mais produtivo, melhorando assim a produção de leite.

“Mas antes de tudo é necessário fazer um estudo sobre a produção e com base em dados fundiários, de clima, de solo, de recursos hídricos e demais informações necessárias a um Plano Agrícola, cotejados com os dados de consumo (humano e animal) de alimentos e combustíveis, podemos calcular a estrutura agroindustrial necessária ao suprimento da demanda, bem como projetar, orçar e construir”, explicou Nicanor.

Os assentamentos também necessitam se organizar na forma de pessoas jurídicas para buscar recursos junto ao Governo Federal, para financiar a instalação dos equipamentos.

A maioria dos agricultores Sem Terra tinham comparecido ao Seminário realizado no dia anterior e aproveitaram para esclarecer suas dúvidas. Entre elas a relação para a instalação da prensa.

Na parceria da Bio Brasil os agricultores ficam com 75% daquilo que obtém com a produção e 25% é para a manutenção, assistência técnica e colocação da prensa nos assentamentos. "Os agricultores também se transforma em acionistas da Rede Bio Brasil", lembrou Nicanor.

Dentro da mesma proposta 80% da produção é do agricultor e 20% é para comercializar dentro da rede de economia solidária.


Por Luis Henrique Silveira

Engenho Comunicação e Arte Ltda










Um comentário:

jaime carvalho disse...

Prensar o óleo é importante e pequenas esmagadoras também. Somente tirar da terra os frutos desta é muito perigoso. Todos sabemos que as plantas que extraem óleo como a mamona e o girassol ou mesmo a soja também arrastam nutrientes do solo. A tecnologia da biomineralização com farinhas de rocha, promovida pela micrempresa solidária biobacter no RS, complementa as necessidades das plantas e do solo. Não podemos repetir os erros de fazer monocultura e pior, utilizar sais industriais dos inimigos dos trabalhadores como o são a monsanto e a cargil