quarta-feira, 21 de maio de 2008

Energia do esgoto interessa a africanos

Representantes de entidades governamentais e de empresas privadas que participam do Fórum Global de Energias Renováveis, que prossegue até o meio-dia de hoje no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu, conheceu na terça-feira um modelo inovador de fonte de energia. É a unidade piloto de energia renovável da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar, desenvolvida em parceria com a Itaipu Binacional e com a Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel), entre outros.

O protótipo “Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde de Energia Renovável”, localizado na Vila Shalon, em Foz do Iguaçu, em breve vai gerar biogás convertido a partir do tratamento do esgoto doméstico de 17.500 pessoas moradoras de bairros da região, como Porto Meira e Morenitas. A energia gerada vai abastecer o próprio sistema. Assim, além de garantir um tratamento adequado aos dejetos, a estação vai gerar a própria energia que consome e, dessa forma, economizar na conta de eletricidade. O excedente será repassado à Copel.

“Os participantes do fórum solicitaram uma visita para conhecer melhor o projeto, pois têm a intenção de estabelecer um acordo de cooperação entre seus países e o Brasil”, explicou Cícero Bley Júnior, coordenador da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis. Além da estação de tratamento de esgoto de Foz do Iguaçu, a Plataforma Itaipu também atua em outros cinco projetos que aliam a obtenção de biogás ao saneamento ambiental.

Apesar de ainda faltar alguns equipamentos para a estação poder funcionar plenamente, os visitantes – a maioria proveniente da África – puderam ter uma boa noção da dinâmica da unidade. Após assistirem a um vídeo institucional da Sanepar, eles conheceram os equipamentos básicos da estação. Entre eles, o sistema de entrada e recebimento do esgoto bruto; o sistema de desaneração (onde acontece a separação das partículas mais densas); o reator do manto de lodo e fluxo ascendente (onde há a remoção de sedimentos e de parte da matéria orgânica); o armazenamento do gás metano (em compartimentos de lona); e o motor de combustão interna.

esultado: ficaram maravilhados. “Na China tive uma noção desse tipo de tecnologia, mas é a primeira vez que vejo pessoalmente”, disse Marcelina Mataveia, engenheira chefe do Departamento de Biomassa do Ministério de Energia de Moçambique. “Acredito que podemos perfeitamente usar isso em meu país. É algo limpo e futurista, que traz muitos benefícios”. Esther Mfugate, do Ministério da Agricultura da Tanzânia, apreciou o que, para ela, é uma grande novidade. “Estações de energia aproveitando material humano realmente podem trazer muitos resultados positivos”, disse.

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