terça-feira, 20 de maio de 2008

Mais de 50 países no Fórum de Energias Renováveis

Foi aberto domingo (18/5) à noite, em Foz do Iguaçu, o Fórum Global de Energias Renováveis, que reuni cerca de 1.200 participantes de mais de 50 países. Os representantes estrangeiros vieram ao Brasil não só para discutir o futuro energético do planeta, mas também para conhecer a experiência bem-sucedida que o país desenvolveu no campo das energias renováveis, especialmente a hidreletricidade e os biocombustíveis.


“O Brasil tem uma posição de destaque no cenário internacional, em função da participação em larga escala de fontes limpas na matriz energética nacional”, afirma Jorge Samek, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, uma das organizadoras do evento, juntamente com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), o Ministério de Minas e Energia e a Eletrobrás.

“O Brasil tem um potencial ilimitado para o desenvolvimento de energias renováveis, por conta de suas características relacionadas ao clima, geografia, biodiversidade, recursos naturais e o setor agropecuário”, diz Samek.

Atualmente, 79% da produção brasileira de energia elétrica provêm de fontes renováveis, contra 23,4% da média mundial. Em relação à energia primária nacional (elétrica + combustíveis), 55% provêm de fontes renováveis, enquanto no mundo a participação é de apenas 13%. Pesa nessa comparação a enorme produção e o conhecimento acumulado sobre o álcool combustível no Brasil, fruto de pesquisas iniciadas na década de 1970.

Em função dessas experiências, existe a expectativa de que o Fórum Global de Energias Renováveis também sirva para aumentar o intercâmbio comercial entre o Brasil e outros países, no campo das energias. “A questão ambiental, especialmente o aquecimento global, impõe a necessidade de desenvolvimento de fontes limpas e a demanda por energia na sociedade é crescente. Por isso, o país tem muito a ensinar, haja vista a experiência de Itaipu, a maior unidade produtora de energia renovável no mundo”, acrescenta Samek.

O evento

O Fórum Global foi aberto domingo, às 18h30, no Hotel Bourbon Cataratas. A abertura contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do diretor-geral da Onudi, Kandeh Yumkella, do presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopez, e dos diretores-gerais da Itaipu Binacional, Jorge Samek (Brasil) e Ramón Roa (Paraguai).

Biocombustíveis serão foco do Fórum, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tratou de ir direto ao assunto principal. “Esta reunião vai tratar preponderantemente dos biocombustíveis. Este será o tema central”, ressaltou o ministro. Ele atacou as críticas feitas ao desenvolvimento dos biocombustíveis como opção para todo o mundo, proposto pelo Brasil, e destacou o papel do País como modelo de país explorador de energia renovável. De fato, enquanto 46% da energia utilizada no Brasil provém desse tipo de fonte, a média planetária é de 13%.

Entre os dias 19 e 21, os participantes debaterão temas como as tendências para a energia no cenário mundial, a relação entre mudanças climáticas e as fontes de energia, condições de mercado para as energias renováveis, o papel das hidrelétricas (grandes e pequenas) e de outras fontes limpas como solar, biomassa, eólica e hidrogênio. O evento termina com uma visita à usina de Itaipu.

Coube à Onudi e à Eletrobrás – e empresas do sistema (Itaipu, Furnas, Eletrosul, Chesf, Eletronorte, CGTEE, Eletronuclear e Cepel) – coordenar a logística e a organização do evento.

Experiências

Os participantes do evento também terão a oportunidade de conhecer de perto unidades de demonstração de fontes energéticas limpas que a Itaipu e diversas instituições parceiras implantaram na região Oeste do Paraná, como parte da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis. É o caso da Granja Colombari, em São Miguel do Iguaçu, que utiliza dejetos da suinocultura para gerar biogás e transformá-lo em energia; a Fazenda Iguaçu, da Star Milk, em Vera Cruz do Oeste, que utiliza biogás e biodiesel próprios; e a Estação de Tratamento Ouro Verde, da Sanepar, que conta com geração híbrida (biogás aliado a painéis solares); entre outras.


“Com esses projetos, a Itaipu demonstra que a hidreletricidade pode gerar ainda mais benefícios para a sociedade, ajudando a promover o desenvolvimento de outras energias renováveis”, afirma Samek.



Fonte: Itaipu

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